terça-feira, 16 de março de 2010

Preciosa


NOTA DO BAÚ: Para um filme como esse, fiquei pensando como passar a vocês essa dica. Fiquei perdido com um filme ótimo, onde não se encontra sempre por aí, então me surgiu a crítica de Alessandra Hernandez da Costa, o que vai contra o ideal do blog, que é apenas indicar ou falar de filmes, sem críticas profissionais e nem muito severas, mas não tive escolha Alessandra foi perfeita a respeito do filme. IMPORTANTE: Ela revela partes importantes do filme, então se atente nos avisos, para que se você ainda não assistiu ao filme, não tenha desprazeres em alguma revelação chave do filme. 

Imagine a pior história possível envolvendo uma adolescente de 16 anos. Precious: Based on the Novel Push by Sapphire conta uma destas histórias duras, que criam espanto quando pensamos que elas realmente poderiam ter acontecido (e talvez tenham ocorrido, mas com outros nomes no lugar daqueles do filme). Mas diferente de outras produções que seguem a linha do “dramalhão”, este filme dirigido por Lee Daniels não cai em recursos fáceis, prefere uma narrativa que mistura nas mesmas proporções o realismo e a fantasia escapista/de alívio da protagonista. Mérito do diretor, do roteirista e, principalmente, da escritora que viveu parte de sua vida no Harlem e que escreveu a obra que inspirou este filme. Potente, impressionante, impactante. Precious mereceu os prêmios que recebeu e, sem dúvida, fez “por onde” para estar indicado em várias categorias do Globo de Ouro e, algumas do Oscar. Com pelo menos três interpretações de tirar o chapéu, é destes filmes “pesados” que cairá no gosto de quem procura lições de vida também no cinema – e que não busca apenas por entretenimento.

A HISTÓRIA: Imagens de uma cidade cinza tem a sua rotina quebrada por uma fita vermelha que faz parte de um sonho de uma adolescente. No Harlem (bairro de Nova York) em 1987, uma garota negra, obesa, se apresenta: ela se chama Claireece Precious Jones (Gabourey “Gabby” Sidibe). Ela fala de seus desejos e sonhos enquanto os espectadores mergulham em sua duríssima realidade. Sentada no fundão da sala do colégio público onde tem aulas, ela tenta se concentrar no que o professor de matemática fala quando recebe um chamado para ir até a direção. A Sra. Lichtenstein (Nealla Gordon), diretora da instituição de ensino, confirma com Precious que a garota, aos 16 anos, está grávida pela segunda vez. Ela então se oferece para ir até a casa da adolescente para conversar com a mãe de Precious, Mary (Mo’nique), vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante,  sobre as possibilidades da estudante, sem saber que a vida dela é um verdadeiro inferno. Mesmo expulsa do colégio, Precious acaba sendo encaminhada para uma instituição de ensino alternativo e, conforme vai evoluindo com seu aprendizado, ela vai também desvelando suas agruras e, simultaneamente, vai conseguindo mudar os rumos de sua vida.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Precious): Desde que o filme baseado no livro de Sapphire saiu consagrado do Festival de Sundance, em janeiro deste ano, eu queria assistí-lo. Precious entrou na minha lista de “filmes-para-assistir-logo-que-possível”, mas precisei esperar até quase os últimos dias do ano para realizar este meu desejo. Ainda que a espera tenha sido longa, valeu a pena. Alguns podem considerar este filme “deprimente”, outros, pesado demais. A verdade é que muitos não tem o mínimo interesse de “saber da desgraça alheia”. Como eu respeito a tudo e a todos, também respeito a estas pessoas. Mas se você é uma delas, passe longe de Precious.

Por outro lado, se você tem o mesmo desejo que eu de conhecer todas as histórias possíveis, especialmente de personagens que passaram por situações absurdas e conseguiram dar a volta por cima, superando tudo e todos e dando verdadeiras lições de vida, este é seu filme. Mas que ninguém se engane: há temas muito fortes em jogo. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Eu lembrava que Precious tratava da história de uma garota que tinha sido estuprada pelo pai. Mas além do incesto, estão em jogo, nesta história, o abuso sexual praticado por um pai (e uma mãe) contra a filha, gravidez na adolescência, violência doméstica (física e psicológica), discriminação racial e por aparência física, evasão/exclusão escolar e uma doença sexualmente transmissível. O filme é barra, sim senhores(as).

Mas na mesma medida em que há muita tensão, violência e, aparentemente, uma notícia pior que a outra na vida de Precious, há nesta garota uma vontade inabalável de dar certo, de sacudir a poeira e sair por cima. Impressionante o seu exemplo. E junto com ele, o exemplo da única mulher que lhe extendeu a mão e que acabou sendo fundamental para que a adolescente superasse seus problemas através da educação: a professora Miss Rain (a encantadora Paula Patton). Sei que parece conversa vencida ou utopia, mas sempre que vejo/escuto uma história como esta fica cada vez mais forte a minha convicção que só através da educação e da cultura as pessoas podem se sentir realmente inseridas na sociedade. Podem, em outras palavras, perceberem todo o seu potencial e almejarem algo melhor para suas vidas.

Esta é, sem dúvida, uma das lições do filme. Outra é que, não importa o quanto um pai ou uma mãe podem ter trabalhado de forma costumaz para destruir o seu filho ou filha, este indivíduo pode exorcizar os maus tratos, os abusos e a maldade paterna para seguir em frente. Fazer, a duras penas e com sacrifício, o seu próprio caminho. O exemplo desta produção é maravilhoso neste sentido. Precious, fruto de um casal pelo qual é difícil listar adjetivos, resolve dar o exemplo com a sua maternidade, formando uma família real da melhor forma possível.

Impressionante também o desprendimento da garota em não querer se vingar e, aparentemente, não nutrir nem mesmo ódio pelas pessoas que praticaram todos aqueles atos desumanos contra ela. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Em uma das sequências finais e mais impressionantes do filme, quando a assistente social Sra. Weiss (Mariah Carey) junta, frente à frente, Precious e Mary, o que a adolescente parece sentir pela mãe é uma mescla de pena e desprezo. Mas para ela, o importante é que as duas mantivessem distância suficiente para que, finalmente, Precious conseguisse ter a sua própria vida – com valores muito maiores do que os seus progenitores um dia tiveram.

O roteiro deste filme funciona com perfeição. Mérito de Geoffrey Fletcher, que fez uma adaptação inspiradíssima do livro de Sapphire. Inicialmente, a história de Precious se assemelha a de tantas outras garotas norte-americanas que sonha com o estrelato, com a fama, o sucesso e em ser desejadas. Mas não demora muito para que o espectador mergulhe em sua trágica realidade. Primeiro, o assunto da gravidez. Depois, as cenas de violência praticadas pelo pai (misteriosamente desaparecido) e a mãe (que compete com a filha e quer sempre diminuir a garota).

Para acompanhar este texto matematicamente planejado para ir surpreendendo pouco a pouco o espectador, está o trabalho decisivo do diretor Lee Daniels. Ele privilegia, o tempo todo, a interpretação dos atores. Com isso, Daniels valoriza cada detalhe da impressionante estréia de Gabourey Sidibe nos cinemas, valorizando cada aspecto de sua revolta, estado letárgico e dedicação amorosa aos filhos. Outros atores também passam pelo mesmo destaque, merecendo uma atenção especial, pela forma com que roubam a cena cada vez que aparecem, Mo’Nique e Paula Patton.

Algumas vezes, contudo, esta tentativa frequente do diretor em tornar-se “invisível” durante o trabalho dos atores, acaba resultando em câmeras trêmulas e/ou um pouco descontroladas (vide a conversa de Precious com a diretora do colégio do qual ela será expulsa) ou closes um pouco rápidos demais. Mas estes são apenas detalhes de um trabalho que, no geral, teve um resultado muito bom – especialmente no que se refere a captar o melhor das interpretações essencialmente femininas da história. Daniels também consegue a dinâmica e o tom exatos nos flashbacks e nas sequências de fantasia/sonhos da protagonista. Tudo se justifica e nada parece sobrar nesta história que, no fim das contas, é uma grande, bem escrita e emocionada crônica da realidade dura e cruel de uma adolescente que resolveu dar a volta por cima e buscar uma vida nova, apesar de tudo.

Um aspecto do filme me pareceu muito interessante: como Precious, assim como tantas outras garotas da sua idade, não conseguiam a devida atenção dos professores nas escolas. Elas eram marginalizadas em todos os graus possíveis. Algumas, pela cor de sua pele. Outras, por serem imigrantes, falarem diferente ou serem obesas. E apenas através do trabalho dedicado de uma professora, Srta. Rain, e do ambiente “propício” – composto por pessoas com as mesmas dificuldades – é que aquele grupo conseguiu avançar. Aprendeu a ler, a escrever e, pouco a pouco, foi conseguindo avançar nos estudos. Um grande exemplo – e que, certamente, pode ser aplicado em muitos lugares, porque esta realidade, infelizmente, ainda acontece.

Outro aspecto curioso tem a ver com o tipo de idéias preconceituosas que uma criança ou um jovem podem aprender com seus pais – e o efeito que elas tem na sociedade. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Precious foi educada para temer e abominar aos casais homossexuais. Mas quando ela percebe o amor, o respeito e o carinho que existem entre a Srta. Rain e sua companheira, Katherine (Kimberly Russell) e, também, em relação a ela, Precious reve seus conceitos. Exercício esse que deveria ser mais fácil das pessoas, algumas vezes criadas cheias de preconceito e de forma absurda, fazerem. No mais, não deixa de surpreender como a história de Precious, já complicada, ainda se mostra mais trágica quando ela descobre que está com Aids – doença transmitida por seu pai, que a estuprou por muitos anos. Ainda assim, ela foi capaz de escrever um livro sobre a sua história e, com isso, alertar a milhares (ou milhões, através do filme inspirado em sua obra) sobre a capacidade de alguns em buscar a destruição de inocentes aos quais eles deveriam se ocupar em proteger. Sua história, mais que “depressiva ou deprimente”, é um libelo de luta, coragem e capacidade de superação. Uma luz no fim do túnel, talvez, para alguns.

NOTA: 10.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Há tempos eu não assistia em um filme dois momentos tão emocionantes quanto os que Precious nos traz neste filme. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Primeiro, quando a protagonista revela para sua professora e para suas colegas de classe que descobriu ser portadora do vírus HIV. Depois, quando a assistente social Sra. Weiss coloca, frente à frente, Precious e a mãe e, de quebra, questiona a mulher sobre os abusos sexuais sofridos pela filha. Impressionante, nestes dois momentos – os pontos altos da história -, a intepretação das atrizes, o texto e a forma com que o diretor se posicionou para exprimir o melhor de cada cena. Lee Daniels capricha nos closes neste filme – o que ressalta o seu desejo de potencializar as emoções dos atores.

Além de Mariah Carey, outro nome forte do showbizz norte-americano faz um papel secundário – ainda que importante – neste filme. Ele é Lenny Kravitz, que interpreta o enfermeiro John. Tanto Carey quanto Kravitz se saem bem em seus papéis, o que, admito, me surpreendeu positivamente.

Aspectos técnicos que funcionam muito bem neste filme: a edição de Joe Klotz; a direção de fotografia de Andrew Dunn (que faz um importante trabalho com lentes e saturação para diferenciar tempos, situações e realidade/sonho); a direção de arte de Matteo De Cosmo; a decoração de cenários de Kelley Burney e a trilha sonora de Mario Grigorov.

Precious estreou no Festival de Sundance, como eu disse antes, em janeiro deste ano. No festival, um dos mais importantes do cinema alternativo nos Estados Unidos, o filme se consagrou embolsando o Grande Prêmio do Júri, o Prêmio do Público como melhor filme e ainda um prêmio especial do júri para a interpretação de Mo’nique. Merecedíssimo. Especialmente porque Precious teria custado apenas US$ 10 milhões (um orçamento baixíssimo para os padrões de Hollywood).


O livro que conta a história da “Precious real” teve a sua primeira edição publicada em 1996. O título original da obra era Push: A Novel. Este ano, com o lançamento do filme, uma nova edição foi lançada, agora com o título Precious: Based on the Novel Push by Sapphire, ainda que se trate, claro está, do romance Push – e não de uma adaptação dele como o título sugere.

Precious foi filmado em apenas cinco semanas. Inicialmente, havia sido escalada para interpretar a personagem da Sra. Weiss a atriz Helen Mirren. Para a escolha da garota que interpretaria Precious foram entrevistadas pouco mais de 400 adolescentes em diferentes partes dos Estados Unidos. Gabourey Sidibe se apresentou para os testes apenas seis semanas antes do filme começar a ser rodado. E uma baita coincidência: a garota havia lido o livro Push anos antes porque sua mãe, a cantora Alice Tan Ridley, havia sido cotada para interpretar o papel de Mary no filme – em um projeto que nunca se concretizou.

Outra curiosidade do filme: na sequência em que Precious dá um tapa em Consuelo (Angelic Zambrana) depois que ela a chama de gorda, a reação das demais jovens em cena foi realmente improvisada. É que o diretor Lee Daniels havia dado a instrução para que Gabourey Sidibe desse o tapa mais forte que pudesse na companheira de cena sem que as demais soubessem. Típica ação de quem busca realismo em cena.

Falando das garotas que dividem a sala com Precious, vale citar o nome de suas atrizes: Chyna Layne interpreta a Rhonda, uma jamaicana que procura aprender bem o idioma inglês; Stephanie Andujar interpreta a Rita, uma garota que nasceu no Harlem e que era viciada em drogas antes de recomeçar a estudar; Amina Robinson interpreta a Jermaine, uma jovem do Bronx que buscou a escola alternativa para “fugir dos problemas” de seu bairro; e Xosha Roquemore interpreta a figuraça Joann, uma garota que mantêm a panca de estrela todo o tempo.

Como comentei anteriormente, Precious teria custado aproximadamente US$ 10 milhões. Até o dia 20 de dezembro deste ano, o filme havia arrecadado pouco mais de US$ 40 milhões apenas nos Estados Unidos – conseguiu um belo lucro.

Este filme, aparentemente, parece ter agradado muito mais aos críticos que ao público. Os usuários do site IMDb, por exemplo, deram apenas a nota 7,6 para a produção. Por sua vez, os críticos que tem textos linkados no site Rotten Tomatoes dedicaram 137 críticas positivas e apenas 14 negativas para o filme – o que lhe garante uma aprovação de 91%. Um dos textos que elogia Precious é o de Lisa Kennedy, do Denver Post. Ela ressalta como Lee Daniels é “destemido” e como ele se aproxima do escritor Toni Morrison ao trabalhar o realismo de forma mágica. A crítica ressalta, por exemplo, como o diretor é sutil ao apresentar idéias como a de que, ao ser chamada para a sala de aula da escola alternativa, Precious parece estar caminhando lentamente para a luz – o que, de fato e simbolicamente, ela está fazendo.

O crítico Peter Howell, do The Star.com, considerou Precious um dos melhores filmes de 2009. Nesta sua crítica, Howell classifica o filme como implacável e comenta que, ainda que a história pareça “insuportavelmente triste”, ela também parece “completamente honesta”. Uma bela definição, eu diria. O crítico ainda ressalta o uso de ângulos de câmera “únicos” pelo diretor de Precious que, por essas escolhas, ressalta a “melancolia urbana, fazendo com que sua lente às vezes pareça uma criança olhando com admiração para o mundo”.

Achei interessante algumas reflexões da crítica de Colin Covert do Star Tribune. Ela comenta, por exemplo, como este filme consegue mostra um pouco de humanidade no “monstro” chamado Mary, uma mulher que tenta reinar em seu apartamento sujo e pequeno e que sente um ciúmes doentio da filha. Ao mesmo tempo, segundo Covert, o filme se recusa a vestir a personagem de Precious com um manto de “nobreza trágica”. Em outras palavras, a adolescente que sofre abusos sexuais e psicológicos dos pais é a mesma que rouba mercadorias quando está com fome e que, por grande parte do filme, se mostra uma vítima passiva.

Para quem ficou interessado em saber um pouco mais sobre a história que inspirou este filme, sugiro esta entrevista de Sapphire, que escreveu o livro Push. Ela revela, por exemplo, que a personagem central de sua obra não é inspirada em uma pessoa específica. Trata-se, sim, de uma composição de histórias reais. Sapphire comenta, por exemplo, que conheceu, enquanto lecionava, uma garota que teve um filho do próprio pai quando tinha 12 anos de idade. Essa mesma estudante, posteriormente, revelou que tinha Aids e que queria escrever a sua história. Mas Sapphire, em seu lugar, escreveu um livro que mescla a história daquela estudante e de tantas outras adolescentes excluídas da sociedade. Esta outra reportagem traz mais informações sobre Sapphire e seu livro. Nela, por exemplo, fiquei sabendo que a autora começou a escrever Push em 1993, quando ela estava prestes a deixar o seu trabalho como professora de leitura corretiva no Harlem. A autora recusou repetidamente as propostas para adaptar o seu livro para os cinemas, até que ela assistiu aos filmes anteriores de Lee Daniels e resolveu voltar atrás.

A apresentadora Oprah Winfrey e o diretor, roteirista e produtor Tyler Perry sairam em defesa do filme e ajudara a promovê-lo – especialmente quando muitos começaram a atacá-lo por “explorar” a pobreza e a questão da discriminação racial.

CONCLUSÃO: A história de uma adolescente marginalizada por distintas razões e de diferentes maneiras e que, mesmo assim, batalha por um lugar ao sol. Com algumas das sequencias dramáticas mais impactantes do ano, Precious coloca à prova o espectador com uma história duríssima. O roteiro (e aparentemente o livro no qual ele é inspirado) não alivia em momento algum. O diretor, Lee Daniels, equilibra o realismo extremo – com algumas cenas de violência bastente fortes – com a fantasia e o lirismo. Uma grande peça de cinema, destinada para pessoas que não temem o mergulho em uma das realidades mais difíceis já imaginadas. Misturando histórias reais e ficção, Precious traz interpretações arrebatadoras, um roteiro e uma direção inteligentes e, porque não, uma história edificante – no melhor exemplo “uma luz em meio às trevas”.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Guerra ao Terror


Uma forte inquietação por parte dos que gostam de bons filmes, era saber qual o rumo da Academia para as premiações do OSCAR 2010. Grata surpresa Avatar não ter sido o grande vencedor da noite.

O que isso pode nos dizer? Que a Academia deu um recado importantíssimo para o futuro do cinema, que não só de produções gigantes, de orçamentos faraônicos o cinema viverá, mas sim de bons filmes, com orçamentos modestos, excelentes interpretações e com histórias interessantes, inteligentes, onde prestigiam os espectadores, mas também os roteiristas, atores, atrizes, diretores, enfim, todos que gostam de filmes de qualidade.

Não digo que Guerra ao Terror foi o melhor filme na minha opinião, pois Gloriosos Bastardos, Preciosa e alguns que nem chegaram a ser indicados, mereciam mais que Avatar.

Vamos nessa semana falar sobre alguns desses filmes, começando com o Ganhador de 6 estatuetas incluindo Melhor Filme e Melhor Direção que foi o Guerra ao Terror.

Sinopse:

Para um grupo de soldados americanos, alguns dias os separam do retorno para casa. Um período relativamente curto, se não fosse por tantas ocorrências que transformassem esse fim de jornada em um verdadeiro inferno. As forças armadas precisam de especialistas não só nos campos de combate mas também no dia a dia, na proteção do grupo contra insurgentes que promovem atentados, matando milhares de cidadãos. Conheça a dura realidade destes soldados e descubra que, ao contrário do que todos eles pensam, a luta jamais terminará.

Informações Técnicas

Título no Brasil: Guerra ao Terror
Título Original: The Hurt Locker
País de Origem: EUA
Gênero: Guerra / Ação
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 131 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Estréia no Brasil: 05/02/2010
Estúdio/Distrib.: Imagem Filmes
Direção: Kathryn Bigelow

Nota do Baú: O Filme foi lançado no Brasil direto em DVDs, muitas locadoras nem o compraram, agora ele vai ser apresentado nos Cinemas, pelo efeito dos Oscars recebidos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Promoção - Ganhe um filme - Comunidade Piracicaba no Orkut

Qual filme você assistiu e gostaria de ter com você?


Ou ainda qual filme você não assistiu e gostaria de assistir?



► Escolha uma das perguntas, se escolheu a primeira, diga em uma frase o porque o filme marcou tanto para você, se responder a segunda pergunta, diga qual o motivo influênciou você para querer assistir.



☼ A Melhor resposta de cada uma das perguntas irá ganhar o DVD do filme escolhido, essa promoção tem o apoio dos parceiros do Blog Baú do Thiago - Sessão Pipoca.



► REGRA ◄



A Promoção irá até o dia 28/02/2010.

As cinco melhores frases de cada pergunta passarão para segunda fase, onde virarão enquetes e os membros da comunidade votarão na melhor frase de cada pergunta.

A fase das enquetes começa no dia 01/03/2010 e termina no dia 15/03/2010.

No dia 20/03/2010 serão entregue os dois DVDs Originais mais prêmios do 2º ao 5º colocados de cada categoria.



► LOCAL DA ENTREGA ◄



Ficará a cargo dos membros participantes escolherem um lugar para a entrega dos prêmios, onde poderemos fazer uma confraternização da comunidade, junto com o evento.



► Parceiros ◄



Quem estiver disposto a participar como parceiro dessa promoção, podem entrar em contato, assim os prêmios podem ser melhores e sua marca, vai ficar no Blog do Sessão Cinema, durante todo o período da promoção.

Quem conhecer possíveis parceiros, também podem entrar em contato.

Tópico da promoção da comunidade de piracicaba no orkut: Báu do Thiago

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Favoritos ao OSCAR, eleja seus preferidos

O duelo já tem data marcada: 7 de março, em Los Angeles, no palco do Kodak Theatre, na Hollywood Boulevard. Ali, na festa de entrega do Oscar, vai se resolver uma disputa fundamental na atual indústria do cinema: que caminho o prêmio deve tomar nos próximos anos? Deve voltar a apoiar os filmes de grande bilheteria, que têm sido a base de Hollywood todos estes anos, ou continuar a linha recente de prêmios entregues a filmes independentes (como o vencedor do ano passado “Quem quer ser um milionário?”)?


Essa luta discreta, que tem sido travada nos bastidores da indústria do cinema americano, tem seu primeiro ‘round’ em 17 de janeiro, com a entrega do Globo de Ouro, prêmio dado pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (Hollywood Foreign Press Association).

A crescente importância do Globo de Ouro deve-se à credibilidade que vem conquistando nos últimos anos e no fato de que ele é anunciado justamente quando os membros da Academia estão com as cédulas em mãos, prontos para votar nos seus indicados, que serão divulgados em 2 de fevereiro.

É logicamente difícil assistir a todos os filmes lançados no ano, e uma indicação ao Globo de Ouro pode influenciar um membro votante da Academia a assistir a filmes que estrearam no começo do ano passado e que talvez já estejam esquecidos, ou mesmo aqueles cujos lançamentos tenham passado despercebidos.

O Globo de Ouro indica dez filmes na principal categoria, mas divididos em drama e comédia e/ou musical. A Academia, neste ano, resolveu fazer algo parecido, expandindo para dez o numero de finalistas. As outras categorias principais (diretor, ator, atriz, atores coadjuvantes, etc.) continuam com cinco concorrentes cada.

Após anunciarem essa mudança, muitos críticos e analistas questionaram se teríamos dez grandes filmes –considerando o ano ainda conturbado pelas consequências da greve dos roteiristas, pela complexa negociação do contrato dos atores e tambám pela crise econômica que cancelou vários projetos e diminuiu o numero de filmes produzidos anualmente.

A indústria passa por uma fase de transição, que se revela na qualidade dos filmes. Mas, curiosamente, isso não afetou as bilheterias. Ao contrário, este ano marcou novos recordes, com vários sucessos como “A proposta”, “Harry Pottter e o enigma do príncipe”, “Transformers – A vingança dos derrotados”, “Ser beber não case” e, neste fim de ano, com os êxitos de “Sherlock Holmes” (que já passou de US$ 165 milhões), “Alvin e os esquilos 2” (US$ 178 milhões), “The blind side” (US$ 219 milhões) e principalmente “Avatar”, que já arrecadou aproximadamente US$ 429 milhões nos Estados Unidos e mais de US$ 1,19 bilhão internacionalmente.

Ampliar para dez os indicados a melhor filme é garantia de que os blockbusters deste ano não fiquem de fora, como aconteceu no ano passado com “Batman - O cavaleiro das trevas”, cuja ausência foi lamentada e criticada por muitos. Filmes de ficção-científica como “Distrito 9” e “Star Trek”, que em anos anteriores marcariam presença nas categorias técnicas, têm sido incluídos nas listas dos top 10 de vários críticos, e foram indicados ao prêmio de melhor filme pelo Sindicato dos Produtores (os mesmos que votam na Academia).

“Avatar”, que com certeza ganhará todos os prêmios técnicos no Oscar, terá grandes chances de levar também a estatueta de melhor diretor e filme. Além disso, o sucesso dessas produções atrairá a atenção dos fãs para a festa de premiação, como já aconteceu em anos anteriores com “O senhor dos aneis”. E é justamente o que a Academia deseja no momento: aumentar os índices de audiência de seu show.

De acordo com as indicações já divulgados pelos sindicatos e por outras associações de críticos, veja abaixo prognósticos dos possíveis concorrentes ao Oscar nas categorias principais:

MELHOR FILME

“Amor sem escalas”
“Avatar”
“Bastardos inglórios”
“Distrito 9”
“Educação”
“Guerra ao terror”
“Invictus”
“Preciosa”
“Star trek”
“Up”
Outro possíveis indicados: “Nine”, “A single man”, “Um homem sério”, “The messenger”.

MELHOR DIRETOR

James Cameron (“Avatar”)
Quentin Tarantino (“Bastardos inglórios”)
Jason Reitman (“Amor sem escalas”)
Lee Daniels (“Preciosa”)
Kathryn Bigelow (“Guerra ao terror”)
Outro possivel indicado é Clint Eastwood (“Invictus”).

MELHOR ATOR

Jeff Bridges (“Coração louco”)
George Clooney (“Amor sem escalas”)
Colin Firth (“A single man”)
Morgan Freeman (“Invictus”)
Jeremy Renner (“Guerra ao terror”)
Outros possíveis indicados: Daniel Day-Lewis (“Nine”), Michael Stuhlbarg (“Um homem sério”), Tobey Maguire (“Brothers”), Ben Foster (“The messenger”)

MELHOR ATRIZ

Sandra Bullock (“The blind side”)
Helen Mirren (“The last station”)
Carey Mulligan (“Educação”)
Gabourey Sidibe (“Preciosa”)
Meryl Streep (“Julie e Julia”)
Outras possíveis indicadas: Melanie Laurent (“Bastardos inglórios”), Emily Blunt (“The young Victoria”), Penélope Cruz (“Abraços partidos”)

ATOR COADJUVANTE

Matt Damon (“Invictus”)
Woody Harrelson (“The messenger”)
Christopher Plummer (“The last station”)
Christoph Waltz (“Bastardos inglórios”)
Stanley Tucci (“The lovely bones”)
Outros possível indicado é Christian McKay (“Me and Orson Welles”).

ATRIZ COADJUVANTE

Penélope Cruz (“Nine”)
Vera Farmiga (“Amor sem escalas”)
Anna Kendrick (“Amor sem escalas”)
Mo’nique (“Preciosa”)
Diane Kruger (“Bastardos inglórios”)
Outras possíveis indicadas: Juliane Moore (“A single man”), Samantha Morton (“The messenger”).

Por Paoula Abou-Jaoude

Do G1, em Los Angeles

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Globo de Ouro - 2010 - Os indicados nas 25 categorias

A cerimônia acontecerá em 17 de janeiro e será apresentada pelo britânico Ricky Gervais, conhecido pela série "The Office". Martin Scorsese foi o escolhido para receber o prêmio Cecil B. DeMille, por sua "impressionante contribuição ao mundo do entretenimento", segundo informou a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood.


Melhor Filme Dramático:


"Avatar" (2009)
"Guerra ao Terror" (2008)
"Inglourious Basterds" (2009)
"Precious" (2009)
"Up in the Air" (2009)

Melhor Filme de Musical ou Comédia:

"500 Dias com Ela" (2009)
"Se Beber Não Case" (2009)
"It's Complicated" (2009)
"Julie e Julia" (2009)
"Nine" (2009)

Melhor Ator de Drama:

Jeff Bridges por "Crazy Heart" (2009)
George Clooney por "Up in the Air" (2009)
Colin Firth por "A Single Man" (2009)
Morgan Freeman por "Invictus" (2009)
Tobey Maguire por "Brothers" (2009)

Melhor Atriz de Drama:

Emily Blunt por "The Young Victoria" (2009)
Sandra Bullock por "The Blind Side" (2009)
Helen Mirren por "The Last Station" (2009)
Carey Mulligan por "An Education" (2009)
Gabourey 'Gabby' Sidibe por "Precious" (2009)

Melhor Ator de Musical ou Comédia:

Matt Damon por "The Informant!" (2009)
Daniel Day-Lewis por "Nine" (2009)
Robert Downey Jr. por "Sherlock Holmes" (2009)
Joseph Gordon-Levitt por "500 Dias com Ela" (2009)
Michael Stuhlbarg por "A Serious Man" (2009)

Melhor Atriz de Musical ou Comédia:

Sandra Bullock por "A Proposta" (2009)
Marion Cotillard por "Nine" (2009)
Julia Roberts por "Duplicidade" (2009)
Meryl Streep por "It's Complicated" (2009)
Meryl Streep por "Julie e Julia" (2009)

Melhor Ator Coadjuvante:

Matt Damon por "Invictus" (2009)
Woody Harrelson por "O Mensageiro" (2009)
Christopher Plummer por "The Last Station" (2009)
Stanley Tucci por "The Lovely Bones" (2009)
Christoph Waltz por "Bastardos Inglórios" (2009)

Melhor Atriz Coadjuvante:

Penélope Cruz por "Nine" (2009)
Vera Farmiga por "Up in the Air" (2009)
Anna Kendrick por "Up in the Air" (2009)
Mo'Nique por "Precious" (2009)
Julianne Moore por "A Single Man" (2009)

Melhor Diretor:

Jason Rietman ("Up in the Air")
James Cameron ("Avatar")
Quentin Tarantino ("Bastardos Inglórios")
Clint Eastwood ("Invictus")
Kathryn Bigelow ("Guerra ao Terror")

Melhor Roteiro:

"Distrito 9"
"It's Complicated"
"Up in the Air"
"Bastardos Inglórios"
"Guerra ao Terror"

Melhor Canção Original:

Cinema Italiano - "Nine"
I See You - "Avatar"
(I Want To) Come Home - "Everybody's Fine"
The Weary Kind - "Crazy Heart"
Winter - "Brothers"

Melhor Trilha Sonora:

"The Informant!"
"Up - Altas Aventuras"
"Where the Wild Things Are"
"Avatar"
"A Single Man"

Melhor Filme Estrangeiro:

"Baaría - A Porta do Vento"
"Abraços Partidos"
"La Nana"
"Un Prophète"
"A Fita Branca"

Melhor Animação:

"Up - Altas Aventuras"
"Tá Chovendo Hambúrguer"
"Coraline e o Mundo Secreto"
"A Princesa e o Sapo"
"O Fantástico Sr. Raposo"

Melhor Série de TV (Drama):

"Big Love"
"Dexter"
"House"
"Mad Men"
"True Blood"

Melhor Série de TV (Musical ou Comédia):

"Entourage"
"Glee"
"The Office"
"Mordern Family"
"30 Rock"

Melhor Minissérie ou Filme produzido para TV:

"Georgia O'Keeffe"
"Grey Gardens"
"Little Dorrit"
"Taking Chance"
"Into the Storm"

Melhor Ator em Minissérie ou Filme produzido para TV (Drama):

Kevin Bacon, por "Taking Chance"
Kenneth Branagh, por "Wallander"
Brendan Gleeson, por "Into the Storm"
Jeremy Irons, por "Georgia O'Keeffe"
Chiwetel Ejiofor, por "Endgame"

Melhor Atriz em Minissérie ou Filme produzido para TV (Drama):

Joan Allen, por "Georgia O'Keeffe"
Drew Barrymore, por "Grey Gardens"
Jessica Lange, por "Grey Gardens"
Anna Paquin, por "The Courageous Heart of Irena Sendler"
Sigourney Weaver, por "Prayers for Bobby"

Melhor Ator em Série de TV (Comédia ou Musical):

Alec Baldwin, por "30 Rock"
Steve Carell, por "The Office"
David Duchovny, por "Californication"
Thomas Jane, por "Hung"
Matthew Morrison, por "Glee"

Melhor Atriz em Série de TV (Comédia ou Musical):

Toni Collette, por "United States of Tara"
Courteney Cox, por "Cougar Town"
Edie Falco, por "Nurse Jackie"
Tina Fey, por "30 Rock"
Lea Michele, por "Glee"

Melhor Ator em Série de TV (Drama):

Simon Baker, por "The Mentalist"
Michael C. Hall, por "Dexter"
Jon Hamm, por "Mad Men"
Hugh Laurie, por "House"
Bill Paxton, por "Big Love"

Melhor Atriz em Série de TV (Drama):

Gleen Close, por "Damages"
January Jones, por "Mad Men"
Julianna Margulies, por "The Good Wife"
Anna Paquin, por "True Blood"
Kyra Sedgwick, por "The Closer"

Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme produzido para TV:

Michael Emerson, por "Lost"
Neil Patrick Harris, por "How I Met Your Mother"
William Hurt, por "Damages"
John Lithgow, por "Dexter"
Jeremy Piven, por "Entourage"

Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme produzido para TV:

Rose Byrne, por "Damages"
Jane Adams, por "Hung"
Jane Lynch, por "Glee"
Janet McTeer, por "Into the Storm"
Chlöe Sevigny, por "Big Love"

Nota do Baú: Pedimos desculpas pelo tempo em que ficamos ausentes, mas esperamos que todos continuem de olho nas dicas do Baú e que em 2010 seja um ano repleto de alegrias, saúde, sucesso e é claro, muitos filmes bons e a velha e boa pipoquinha!!!